Capítulo 199

Naquele momento, uma gata que também esperava pelo ônibus, toda maquiada e com um corpão de parar o trânsito, avistou o carrão e seu jeito mudou num piscar de olhos, cheia de charme, aproximou–se do veículo.

Por coincidência, a janela do possante abaixou revelando um homem de beleza estonteante, um rosto masculino e sedutor.

Ele não era apenas bonito, mas também exalava um ar de nobreza e poder que fazia qualquer mulher se derreter, o coração batendo feito um tamborzinho.

A gata, sem mais cerimônias, chegou pertinho do carro, com uma voz doce e sedutora: “Gato, tá tentando me fisgar? Sou facinha, viu? Posso entrar no seu carro agora mesmo.”

E ainda fez questão de exibir suas curvas, tão orgulhosa delas.

Daniel olhou com desdém e disparou: “Cai fora!”

O perfume barato da mulher era tão forte que lhe dava dor de cabeça.

Ela ficou pasma com a frieza dele, seu sorriso se transformou em decepção e ela recuou chateada.

Mas o olhar profundo do homem pousou sobre outra mulher, atrás dela, que lambuzava–se toda com um sorvete, sem maquiagem nenhuma, uma beleza natural: Olivia, vem aqui!

A beldade se roía por dentro. Por que ele se interessaria por uma moça tão simples?

Olivia, ao ouvir seu nome, piscou confusa e ao ver Daniel, com uma mão no volante e a outra apoiada na janela do carro, seu rosto esculpido pelo pôr do sol, um misto de frieza e charme, parecia até brilhar.

Daniel estava chamando ela?

Com o coração aos pulos, ela se aproximou sem querer querendo: Sr. Griera, você me chamou?

Percebendo que o sorvete em sua mão destoava da seriedade dele, tentou esconder às pressas e, sem querer, acabou acertando a cara da outra mulher.

“Ah!” A gata gritou com o susto.

Olivia, apavorada, correu para ajudar, se atrapalhando toda com o lencinho: “Desculpe, desculpe, não foi por mal

E acabou borrando toda a maquiagem da outra, que, aos berros, a empurrou: “Não me toca, minha cara, minha maquiagem

A mulher saiu chorando, sem saber onde enfiar a cara.

Seus cílios haviam caído, a máscara de cílios escorria, o delineador borrado ao redor dos olhos, parecendo um panda, a base toda grudada, como se estivesse descascando.

Ela estava um verdadeiro espetáculo, entre o assustador e o ridículo, quase uma palhaça.

Olivia, morrendo de vergonha, juntou as mãos, pedindo desculpas sem parar: “Me perdoa mesmo, não foi por querer.

“Ah, rústica!” A mulher resmungou e saiu pisando duro, humilhada e furiosa.

Olivia ficou sem graça. Foi ela que a outra chamou de caipira?

Daniel, que viu toda a cena de Olivia jogando acidentalmente o sorvete na cara da outra e ajudandoa a remover a maquiagem, formando uma cena tão cômica, não pôde evitar um sorriso.

Aquela mulher era realmente interessante, muito mais do que aquelas herdeiras perfeitas e comportadas.

Daniel saiu do carro e foi até Olivia, segurando firme em sua mão.

Sua mão calejada e quente, ao tocá–la, fez com que Olivia sentisse um choque elétrico.

Surpresa, ela instintivamente recuou, mas não se afastou, Daniel segurou firme e a conduziu até o carro: “Vou te levar para casa.”

Capítulo 200

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