Capítulo 68

Dona Duarte despertou de seus devaneios, dizendo distraidamente: “Era apenas uma formalidade com você.”

“É mesmo?” Gabriela franziu a testa, ela tinha a sensação de que não era bem assim.

Por outro lado, Thales estava sentado no carro, após ter feito várias chamadas sem obter resposta.

A chuva fina caía lá fora, criando, através da janela do carro, uma sensação de melancolia indescritível.

Lucas também ligou, Thales ajustoų sua gravata antes de atender.

Fale.

Lucas se assustou com o tom de voz dele, e rapidamente foi direto ao ponto: “Srta. Coelho recebeu o presente de aniversário, mas não a agradou muito. Ela pediu para te avisar que, após a sua reunião com o cliente, é imprescindível que você a visite. Caso contrário… ela vai te ignorar.”

“Entendi.” Thales desligou o telefone, acelerou o carro e desapareceu na chuva da noite.

Ele dirigiu até a Casa de Duarte, onde Dona Duarte e Gabriela ainda estavam na sala de estar aplicando máscaras faciais.

Gabriela foi a primeira a vê–lo. Ele estava na porta, com os cabelos um pouco molhados, algumas mechas caídas, parecendo trazer consigo o frio de fora.

Por alguma razão, ele parecia desolado.

“Thales, por que você voltou?Gabriela, surpresa, removeu sua máscara para olhá–lo.

Dona Duarte também olhou, ambas sentindo uma culpa inexplicável.

“Flavia está aqui?

Dona Duarte hesitou por um momento antes de responder. “Ela já foi embora há muito tempo.”

“É, ela saju faz quase uma hora, deve estar em casa agora. Como você veio parar aqui?”

Dona Duarte se levantou e caminhou até Thales, segurando seu braço com preocupação: “Você está todo molhado, entre e troque de roupa.”

Ela estava nervosa, pensando: Essa tola não deve ter contado a ele, será?

Mas depois pensou melhor, Afinal, o incidente em deixá–la abortar no ano passado foi com o consentimento dele.

Haveria algo diferente desta vez?.

Thales a olhou rapidamente e se virou para sair.

O rosto de Dona Duarte escureceu instantaneamente, e ela gritou em sua direção: “Thales!”

Sua face, tornou–se feroz com a raiva.

Mas Thales não respondeu, retornando ao seu carro e dirigindo de volta para Ilha Bela – o lugar onde ele e Flavia moravam. Thales abriu a porta, olhou ao redor da sala de estar, onde a TV ainda estava ligada, mas não havia sinal de Flavia no sofá. Ele checou cada quarto, incluindo o banheiro, mas ela não estava em lugar nenhum.

‘Thales franzia a testa, olhando inconscientemente para a tela da TV, que ainda estava sintonizada no canal de notícias, A programação parecia deslocada naquela casa, onde deveriam estar passando desenhos animados.

Thales pegou o controle remoto do sofá e desligou a TV.

Agora, a vasta sala de estar estava realmente tranquila.

Uma quietude um tanto assustadora.

Thales ajustou a gola da camisa e saiu novamente.

Ao abrir a porta do carro, ele avistou uma silhueta na chuva, franzindo os olhos para enxergar melhor a figura que se aproximava lentamente.

A chuva parecia ter engrossado, embaçando sua visão.

A figura se movia tão lentamente na chuva que parecia quase ser derrubada pelas gotas.

Após cinco minutos, Thales finalmente reconheceu que era Flavia.

Ela estava completamente encharcada, caminhando com dificuldade até ele.

Capítulo 68

Flavia levantou a cabeça, o cabelo caindo pelos lados, a água da chuva fazendo com que mal conseguisse abrir os olhos. Suas mãos pendiam inertes ao lado do corpo, a água da chuva pingava de suas pontas dos dedos silenciosamente no chão.

Ela simplesmente olhava para Thales.

Você voltou andando?

Thales pegou um guarda–chuva do carro, abriu–o sobre a cabeça dela, protegendo–a da chuva.

Flavia olhou para ele de forma apática, tentando esboçar um sorriso, mas sem forças nem para

Já era tarde.

Ela já estava encharcada, e o guarda–chuva não servia mais para nada.

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