O Magnata pai de trigêmeos -
Capítulo 13
Capítulo 13
Depois que Anne se recuperou completamente, a comida parou de ser servida em seu quarto e elavoltou a descer para a sala de jantar, para comer. Para seu alívio, o que era servido não era mais umbanquete de frutos do mar, mas comida normal.
Além disso, quando ela tentou sair da Mansão Real, para passear pela Curva, ninguém tentou impedi-la. Parecia que ela não estava mais restrita e podia se mover como quisesse. No entanto, sabia que olugar era fortemente protegido e ela não conseguiria fugir. Se um dia ela ficasse livre, seria com apermissão de Anthony.
Uma tarde, Anne chamou um táxi e foi para a cidade. Nenhum segurança tentou impedi-la.
Anthony raramente era visto na Mansão Real. Ali não parecia sua casa e ninguém sabia suaprogramação diária.
No entanto, mesmo que ela não pudesse vê-lo, Anne ainda sentia que ele estava no controle. Nãoapenas da Curva, mas de toda Luton.
Ela andava sozinha por Luton. A jovem já estava na cidade há quase um mês, mas nunca tinharespirado um ar tão fresco quanto naquele momento. Ela olhou para o sol, e o brilho fez com que seusolhos ficassem marejados. Será que aquela sensação de bem estar significava que ela poderia partir,quando quisesse?
Como se suas pernas a tivessem guiado, mesmo sem avisar sua consciência, Anne percebeu quetinha parado de caminhar em frente a uma clínica de cirurgia estética.
Ela não hesitou em ir até o balcão.
― Olá, como posso ajudá-la? ― a jovem recepcionista perguntou.
― Eu queria saber se vocês estão contratando ― disse Anne.
― Na verdade, sim. Você trouxe seu currículo? ―
― Eu gostaria de bater um papo com a pessoa responsável ― disse Anne. Como sua situação eraespecial, ela teria uma chance maior se conversasse diretamente com a pessoa.
― Desculpe, só podemos realizar uma entrevista depois de receber o currículo ―, disse arecepcionista, com uma expressão mecânica de tristeza.
Anne não tinha currículo e deixou a faculdade antes de se formar. Ela tinha dado à luz e passado suabreve vida adulta cuidando de três bebês. Ela só tinha empregos de meio período e nunca teve umemprego de tempo integral.
Mas, Anne não se decepcionou, pois, na verdade, ela não queria trabalhar ali e estava apenaspensando em uma maneira de fazer a cirurgia.
Senão, ela logo estaria em apuros, quando Anthony descobrisse sua mentira. Ela tinha que ter muitocuidado.
― …Anne Vallois? ―
Quando ela ouviu seu nome, olhou para trás e viu um homem bonito que, instantaneamente,reconheceu. Ele era primo de Anthony e se chamava Tommy Marwood.
Quando ela morava com a família, ela o via, de vez em quando. Entretanto, como ele era parente deAnthony, Anne não pôde deixar de se sentir ansiosa.
Tommy disse algo para a mulher que o acompanhava, e ela saiu. dando uma segunda olhada, dos pésà cabeça, em Anne, antes de cruzar a porta.
Tommy caminhou até Anne e olhou para a bela jovem, dizendo em tom amigável:
― Você se lembra de mim? ―
― Claro. Você é o Tommy. ―
Tommy sorriu e disse:
― Na última vez que vi sua tia, ela me disse que você tinha voltado para a Europa. Por isso, eu quasenão a reconheci! ―
Anne pensou em quando quase escapou, mas foi capturada quando entrou no avião.
― Quando meu tio fez a festa de aniversário, eu estava fora. Caso contrário, eu teria visto você. Dequalquer forma, o que você está fazendo aqui? ― perguntou Tommy.
― Estou à procura de trabalho ― Anne olhou para a recepção ― mas, primeiro, preciso enviar umcurrículo… ―
Tommy pensou sobre isso e disse:
― Espere… ― Ele pegou o telefone e fez uma ligação.
Quando Anne ouviu o que ele disse, ficou bastante surpresa.
Depois de encerrar a ligação, Tommy disse:
― Prontinho, está tudo resolvido! Você pode ir direto para o RH. ―
Anne sabia o que estava acontecendo e não sabia o que dizer. Ela não esperava por isso e disse:
― Eu agradeço, mas me sinto um pouco desconfortável com isso. ―
Tommy sorriu e ergueu as sobrancelhas:
― Acontece que conheço o dono e conheço você, sei que vai ser uma boa coisa para os dois. Nãopense mais nisso, não foi nada. Agora vá para o RH. ―
Anne ficou grata e disse:
― Muito obrigada, de verdade! ―
― Faz anos que não nos vemos, mas você é minha prima! Por que está sendo tão formal? ― Tommysorriu.
Anne não parecia à vontade. Mas, quando era adolescente e Anthony a maltratava, também eraTommy quem a ajudava.
― Vá logo para o RH! ― disse Tommy, rindo.
― Está bem. ― Anne não falou mais nada e conseguiu sorrir, enquanto a recepcionista aacompanhava.
Anne não tinha conhecimento médico, e também não era sua especialização no pouco tempo quecursou da faculdade.
Mas, havia uma razão pela qual ela precisava trabalhar ali. Portanto, depois que saiu do RH, ela foi aoconsultório médico e foi atendida por um cirurgião plástico.
Depois de assinar os documentos confidenciais, ela fez a cirurgia. Não era um procedimentocomplicado e, assim que se levantou da cama de operação, ela finalmente soltou um suspiro de alívio.
No entanto, aquilo era apenas um ajuste temporário. Seu principal objetivo continuava sendo deixar aMansão Real e escapar de Anthony.
No horário de almoço, Anne comprou um novo celular e fez uma videochamada com seus três filhos.
Logo depois da euforia dos primeiros minutos de conversa, a expressão de Charlie se tornou triste eseu rosto ficou vermelho, quando ele disse, em tom acusador:
― Mamãe prometeu ligar todo dia!
― Mamãe não terminou o trabalho? ― Chris perguntou com antecipação.
― Quando a mamãe vai voltar? ― Chloe soluçou.
― Vou tentar o meu melhor, está bem? ― Anne ouviu as crianças chorando e sentiu como se levasseuma facada no coração. Mas, o que ela poderia fazer? Ela não tinha como voltar! Como ela poderiadizer isso a eles?
Dar à luz aos três, sem saber quem era o pai, já tinha sido bem ruim. Descobrir que eram filhos deAnthony era muito pior. Entretanto, ela faria o máximo que pudesse para impedir que seus filhosdescobrissem e fossem afetados por isso.
Depois de persuadi-los a dormir, Anne se recompôs e voltou ao trabalho.
Uma enfermeira a orientava em suas novas tarefas e até mesmo deixou Anne ajudá-la a cuidar dospacientes, após as cirurgias.
Quando Anne saiu da clínica o sol já tinha se posto e a iluminação da rua estava acesa. A jovemrespirou fundo, buscando coragem. Ela não queria voltar para a Mansão Real, mas precisava.
Enquanto isso, um Porsche prateado parou diante dela. A janela baixou, exibindo o rosto de Tommy:
― Ei, Anne. Quer jantar? ― Tommy convidou.
Anne hesitou, por alguns segundos, mas acabou concordando e entrou no carro.
Um jazz suave preenchia o ambiente do elegante restaurante de massas.
Os dois escolheram uma mesa perto da janela e, enquanto aguardavam o atendimento, continuaram aconversar.
― Foi tudo bem em seu novo emprego? ― Perguntou Tommy.
― Foi sim, muito obrigada. ―
― Anne, você tem que parar de me agradecer por isso. ―
Anne sorriu e disse:
― Eu não esperava encontrar você. Fiquei surpresa. Você me fez um grande favor. Deixe-me pagar ojantar. ―
― Esse não, mas que tal você me pagar a próxima refeição? ― Em outras palavras, Tommy sugeriaum novo encontro.
Anne sabia que não podia se aproximar muito de Tommy. Afinal, não resultaria em nada bom, paranenhum dos dois.
No entanto, não podia recusar, já que ele a tinha ajudado.
― Vamos marcar… ― Anne respondeu, sem se comprometer.
― Você se formou mais cedo? ―
― Não. Eu desisti e escolhi voltar ― Anne inventou uma desculpa meio verdadeira.
― Isso é muito bom. Mas, por que você não escolheu trabalhar na empresa da família? Tenho certezade que sua tia a ajudaria ― disse Tommy.
Para o primo, tinha sido uma grande surpresa ela ter escolhido a clínica cirúrgica.
― Minha tia é minha tia. Eu sou eu mesma. Não quero depender dos outros ― disse Anne.
― Você é diferente das outras garotas. Eu percebi isso há muito tempo ― Tommy olhou para ela comum olhar intenso.
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