O Magnata pai de trigêmeos -
Capítulo 7
Capítulo 7
Sarah aguardava a sobrinha, não muito longe da verificação de segurança. Ela não tinha ideia domotivo de Anne ter tanta pressa, como se alguém a estivesse perseguindo. Mas, meia hora depois, viuque ela corria em sua direção.
Anne acalmou a respiração e disse:
― Tia, me dê a passagem! ― Ainda ofegante, a jovem pegou o passaporte e a passagem com a tia.
Sentindo-se, ao mesmo tempo, aliviada por ver que a sobrinha estava bem e preocupada, por nãoentender o que se passava na vida da jovem, Sarah perguntou:
― O que aconteceu? Você está bem? ―
Se Anne dissesse que não havia nada de errado, estaria mentindo descaradamente e a tia perceberia,por isso, inventou uma desculpa:
― Meu professor me quer de volta imediatamente. Não sei o que houve de errado, mas parece que ébastante urgente. ― Anne usou a desculpa que já tinha deixado pronta.
Com a idade que tinha, ainda estaria na faculdade se não tivesse largado os estudos, devido àgravidez.
Mesmo o motivo sendo lógico, Sarah não queria que a jovem fosse embora. Por isso, puxou sua mãoe disse:
― Anne, depois que você voltou, só estivemos juntas por alguns minutos, na festa de seu tio. Vocêpassou todo esse tempo na casa de seu amigo e agora está com pressa para voltar. Você só faloualgumas palavras comigo. Se você for embora, quando conseguiremos nos ver novamente? Você nãosente minha falta? ―
Anne se sentiu culpada.
Fazia muitos anos que ela não desfrutava da companhia da tia e ela queria ter aproveitado aoportunidade para desfrutar da companhia de Sarah, mas não esperava que Anthony aparecesse eestragasse tudo.
O demoníaco Anthony estava de olho nela e, com sua quantidade absurda de poder em Luton, ela nãoteria chance de sair, se não fosse agora.
― Tia… encontraremos um jeito de passar um tempo juntas, mas eu, realmente, preciso ir embora.Cuide-se bem… ― Anne não ousou perder mais tempo. Ela soltou a mão de Sarah e caminhou até averificação de segurança.
― Anne… ― Sarah ainda chamou por ela.
Sarah se sentia confusa, observando sua amada sobrinha passar pela verificação de segurança.Afinal, mesmo que ela precisasse estar na faculdade, por que tanta pressa?
Após a verificação, Anne ficou andando, de um lado para o outro, prevendo que alguma coisa dariaerrado, antes que conseguisse embarcar. Tudo correu bem, mas a ansiedade continuou, enquanto,em sua poltrona, aguardava o avião partir. Ela estava muito nervosa.
Anne olhou pela janela e se sentiu culpada por deixar Sarah. Afinal, após aquela partida, seriaimprovável que pudesse voltar. No entanto, a jovem não tinha escolha. Ela não queria mais correr orisco de ficar à mercê de Anthony.
Constantemente, Anne olhava as horas e enquanto passageiros continuavam embarcando, desejavaque o avião decolasse, sem mais demora.
Enfim, o embarque foi encerrado e o comissário de bordo instruiu que as poltronas fossem colocadasem posição vertical, os telefones colocados em modo avião e os cintos fossem afivelados. Quandotudo estava preparado, o avião se moveu na pista.
Os batimentos cardíacos de Anne finalmente se acalmaram. No entanto, ao invés de decolar, apósocupar seu lugar na pista de voo, o avião parou.
Por alguns minutos, os passageiros achavam que era uma espera normal, mas logo ficaramimpacientes e começaram a comentar
― Por que não está se movendo? ―
― Será que aconteceu alguma coisa? ―
― Isso é um absurdo, eu estou com pressa! ―
Anne estava com mais pressa do que qualquer outra pessoa, mas se mantinha em silêncio, seforçando a esperar, desejando que tudo estivesse certo. Mas, a porta dianteira se abriu e aquilo nãoera procedimento normal. Inquieta, Anne olhou pela janela e se deparou com cinco homens em trajespretos e olhares sérios subindo as escadas. A jovem sentiu o sangue gelar.
Os seguranças entraram no avião e, sem demora, fixaram os olhos em Anne, que estava apavorada.Um deles se aproximou, ordenando:
― Senhorita Vallois, por favor, nos acompanhe. ―
Anne tremia e apertava as mãos em sua poltrona. Seu rosto estava pálido enquanto olhava para ohomem, se sentindo impotente.
Os outros passageiros não ousaram fazer barulho, dada a situação.
― Senhorita Vallois, temo que será melhor para você se nos acompanhar por bem. A outra opçãopode ser um tanto desagradável ― ameaçou o segurança.
Anne queria fugir, mas como? Se até o horário de partida do voo podia ser manipulado. A mente dajovem processava informações na velocidade da luz, enquanto ela pensava “Quão poderoso éAnthony? De onde veio sua riqueza? Por que ele não pode, simplesmente me esquecer? Por quê?”
Sem opção, Anne foi levada de volta para A Curva, pelos seguranças.
Quando seus pés tocaram nos primeiros degraus da Mansão Real, a jovem se sentiu mole e quasecaiu. Ao entrar na sala, a sombra desprezível, sentada no sofá, fez o rosto de Anne empalidecer. Elainstintivamente recuou, mas esbarrou no segurança atrás dela.
― Você se perdeu? ― A voz sinistra de Anthony ressoou.
Anne mordeu os lábios com força, enquanto a jovem tentava seu melhor para se recompor.
Era óbvio que Anne não tinha se perdido e seu captor sabia muito bem disso. O que tinha acontecidoé que a jovem tinha subestimado a determinação de Anthony em continuar sua tortura.
O homem descruzou as pernas e se levantou, caminhando elegantemente pelo cômodo. A jovemobservou os movimentos de Anthony, admirando sua beleza, mas sem se esquecer o quanto ele eraperigoso. Era praticamente um monstro, pronto para quebrá-la em pedaços, a qualquer segundo.
Anne sentiu cada nervo de seu corpo enrijecer, com o medo extremo.
― Você finge comer os frutos do mar e depois tenta fugir do hospital. Anne, Anne… eu não sabia quevocê era tão sorrateira ― Anthony dizia, conforme se aproximava.
Sua voz contida estava cheia de ódio.
Quando Anthony chegou ainda mais perto, Anne sentia tanto pavor que seu coração parecia quererescapar do peito, então, ela juntou o que restava de energia e coragem em seu corpo para se virar ecorrer.
Mas, apesar de ter tentado o seu melhor para afastar os seguranças e fugir, antes que pudesse irmuito longe, seu pescoço foi agarrado por uma mão poderosa e ela gritou de dor, sentindo que seusossos estavam prestes a quebrar.
― Não! dói… ―
― Você parece não entender sua situação! Quer que eu explique novamente? ―
― Para… Me deixa ir… ― Anne tentou gritar, engasgando.
Mas, Anthony apenas olhou para ela e a arrastou pela mansão, enquanto apertava seu pescoço.Então, entraram no elevador e subiram para a cobertura, onde havia uma sauna.
― Ah… ― Anne tentou fugir, mas a mão era estranhamente poderosa e ela não conseguia se mexer.
A porta de vidro se abriu e a jovem foi empurrada para dentro, tentando se recuperar do choque eentender em que cômodo estava. Mas, assim que compreendeu e tentou virar para fugir, a porta sefechou.
Anne estava presa naquele espaço minúsculo e, assustada, empurrou a porta de vidro, impotente. Elaolhou para o homem assustador, sentindo-se confusa:
― Por que você me trancou aqui? ―
― O que você acha? ―
Anne olhou para o homem lá fora, com descrença:
― O… o quê? Isso não é real, você… você só quer me assustar, não é isso? ―
Anthony levantou a mão e apertou um botão no termostato, ao lado da porta de vidro. A temperaturainterna da cabine começou a aumentar, gradativamente e Anne sentia o calor em sua pele. Sentindo operigo real, a jovem se entregou ao desespero. Ela bateu na porta de vidro e gritou:
― Deixe-me sair! Não faça isso, eu vou morrer! Eu imploro! ―
Anthony não parecia tê-la ouvido, enquanto aumentava a temperatura. E, quanto maior o calor, maisintenso o desespero de Anne.
― Não! Deixe-me sair! ― Anne chorou e implorou. Começando, até mesmo, a chutar a porta de vidro,em uma tentativa irracional de escapar a qualquer custo.
Aquilo era muito cruel. Como qualquer pessoa tinha coragem de fazer algo assim?
Anne viu o homem insensível, do lado de fora da porta de vidro e o encarou com olhos cheios demedo e desamparo.
― Deixe-me sair! Estou com tanto calor! Anthony, deixe-me sair… Socorro! Socorro! ―
Mas, a jovem sabia que, por mais que chorasse, ninguém viria ajudar. “Eu vou morrer aqui? Hoje? Eunão posso! E meus filhos?”
Assim como queimar em um forno, Anne sentiu a dor de ser cozida viva. Cada respiração incineravaseus pulmões e ela sentia o corpo desidratando, secando sua garganta. A jovem ofegou quandoaceitou a própria morte, enquanto suas lágrimas escorriam.
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