Capítulo 21

Desculpe, o número que você ligou não existe. Por favor, verifique antes de ligar,” disse a voz fria do sistema em seu telefone.

Ao ouvir a voz fria do sistema do celular, Leticia Silveira suspirou aliviada. Ainda bem que era um número inexistente. Parece que Sérgio Pereira tinha cancelado o número.

Desistir de alguém, mesmo sabendo que nunca mais conseguiria entrar em contato com ela, não causava tanta dor no coração.

Era um final que Leticia Silveira já esperava. Sentia saudade? Aparentemente, ela não tinha tantos sentimentos por ele assim. Afinal, o que aconteceu na vida passada dela foi tão trágico que agora ela não tinha mais nada a perder.

Desde os quatro ou cinco anos, quando Sérgio Pereira começou a cuidar dela, passaram–se onze anos sob cuidados dele.

Melhor assim. Agora, ela não precisaria mais viver com o medo dele descobrir o que aconteceu entre ela e Marcos Rodrigues.

Sérgio sempre foi um controlador, desempenhando não só o papel de irmão, mas também de um pai severo.

Quando ela mais dependia dele, esqueceu que Sérgio Pereira nunca foi somente dela…

Às oito e meia da noite, em um quarto alugado de um prédio velho, que ainda havia uma lâmpada de mesa acesa.

Leticia Silveira mal começou a fazer sua lição de casa quando viu uma chamadano seu.

celular.

Ela nunca esqueceria aquele número. Mesmo em perigo, bastava uma ligação para que ele aparecesse, como um anjo da guarda.

Letícia nem percebeu o sorriso que brotou em seus lábios ao ver o número. Quando estava prestes a desligar, ela pegou o telefone e colocou contra a orelha.

No momento em que atendeu, só ouviu uma respiração suave do outro lado da linha. Enquanto rabiscava linhas retas sobre um rascunho cheio de fórmulas, ela falou sem levantar a cabeça, “Marcos Rodrigues? Por que você não está falando?”

Depois de sua iniciativa, finalmente ouviu a voz dele, “Eu já sei de tudo.”

Leticia Silveira: “Sabe de quê?”

Num instante, um lampejo passou por sua mente, e a mão que desenhava a linha parou. O rosto de Leticia esquentou repentinamente, e ela gaguejou em sua defesa, “Quem te pediu para se meter nisso? Não é da sua conta se eu me distraí na prova e escrevi o nome errado. Não toque mais nesse assunto, ouviu?

17:35

Ela imaginou o rosto sério de Marcos Rodrigues, firme e hesitante, “Você ligou por algum motivo?

Marcos Rodrigues: “Não precisa escrever a carta de reflexão.”

Letícia Silveira: “Você não escreveu por mim, escreveu?”

Ele não negou, “Não se preocupe com isso. Copiei sua letra para que parecesse autêntico. Amanhã eu levo para você.”

O espelho via seu rosto inocente no espelho. Letícia sorriu e abaixou a cabeça, ele ainda era tão atencioso.

“Não foi sua culpa. Você não precisa fazer isso por mim.”

Marcos Rodrigues: “…

Ele não respondeu.

O silêncio caiu novamente entre eles. Letícia pegou um livro de matemática e pediu, “Marcos Rodrigues, me ajude com os exercicios! Prometi ao professor que ficaria entre os dez primeiros no próximo exame simulado. Você me ajuda a estudar?”

Dessa vez, ele respondeu sem hesitar, “Claro.”

Leticia Silveira sabia muito bem das dificuldades que a família de Marcos Rodrigues enfrentava, e que ele sempre tinha que dedicar tempo extra a trabalhos de meio periodo para conseguir dinheiro para o tratamento médico de sua mãe.

“Marcos Rodrigues, eu vou pagar pelas aulas particulares,” ela ofereceu.

Mas Marcos Rodrigues recusou: “Não quero o seu dinheiro.”

Letícia Silveira, então, compartilhou com ele as questões que tinha mais dificuldades em entender, pronunciando cada palavra com clareza. Do outro lado da linha, a pessoa com paciência explicava cada detalhe da matéria. Marcos Rodrigues estava certo, o fundamento dela não era tão ruim; Assim que Leticia Silveira pegava algumas fórmulas

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