A Rebdeldia da Esposa Desprezada ( Flavia Almeida ) -
Capítulo 1
Capitulo 1
A Flavia Almeida, no número 23, procurou por noticias dos seus, mas nada. Já tinha perdido a conta de quantas vezes a enfermeira a apressara. Olhou para o celular e mais uma vez, a chamada para Marcelo Lopes cala no vazio.
Foi um baita acidente, na rodovia do contorno norte, là em Cidade Viana, Uma batida em sequência culminou com um ônibus caindo no rio, Várias pessoas se machucaram e foram levadas pro hospital. Os parentes lam chegando aos poucos, 50 05 dela que ainda não haviam chegado.
Aquela visão de destruição ainda tava fresca na memória dela, mas o medo não superava o trio que sentia no coração naquele momento.
Pensou consigo mesma, se ela tivesse morrido naquele caos, será que não teria ninguém pra cuidar do seu corpo?
“Sra. Almeida?”
Ela voltou à realidade, a pele pálida contrastando com as manchas de sangue que tinha no corpo. Com a voz rouca, mas ainda mantendo a compostura, perguntou: “Desculpe, ele deve estar ocupado. Posso assinar eu mesma?”
A enfermeira pediu desculpa, mas explicou que sem um familiar, o melhor seria ela ficar em observação no hospital, por causa da concussão: “Temos que zelar pela sua vida.”
Flávia apertou os lábios e disse que la tentar de novo.
Ela saiu do quarto com o celular na mão, enquanto duas enfermeiras passavam com um carrinho de equipamentos. Flávia se esquivou para dar espaço e ouviu uma delas comentar: “Sabe quem está no leito dezesseis?”
“Quem?”
“Antônia Carvalho, a estrela! Aquela da novela que bombou, ‘Segredos do Coração“!”
“Meu Deus! Ela se machucou muito?”
“Uns arranhões no braço, nada demais. Mas sabe como é, estrela que é estrela, tem que set cuidar, né? Se eu fosse tão linda, faria seguro até da sombra!”
“E eu vi o namorado dela, aquele que saiu nas fotos com ela na Moradia Quintas do Lago.”
Flávia parou de caminhar.
“Um gato, e pelo jeito rico. E o cara é super dedicado com a Antônia, veio correndo assim que soube do acidente, conseguiu acesso total ao hospital, está lá o tempo todo. A gente se pergunta, por que tem gente que já nasce feito na vida, né?”
As vozes se afastaram, e a Flávia apertava o celular com tanta força que os dedos ficaram brancos.
Capitulo 1
Lá fora do quarto dezesseis, Marcelo Lopes conversava com o empresário da Antónia. De
longe, Flávia não podia ouvir nada, mas sentia como se ele estivesse lá por causa do acidente da Antônia.
Ela ligou para Marcelo.
Ele hesitou, depois atendeu com um suspiro de irritação: “O que foi?”
“Onde você tá?”
Ela tentou esconder a fragilidade na voz, mas ele nem notou e respondeu: “Na empresa.”
“Desde quando a familia Lopes começou a investir em hospitais?”
Marcelo parou, com uma expressão fechada: “Você está me seguindo?”
Ela quase riu, mas sentiu os olhos marejarem. O desdém dele a sufocava.
“O presidente Lopes está se achando. Vi na TV, tinha um cara parecido contigo. Só isso.”
Marcelo soltou um “Que saco“, e desligou, entrando no quarto de hospital.
A Flávia deu um sorriso amargo. Era mesmo uma palhaçada. Tinha visto tudo e ainda assim, ligou só pra passar vergonha.
Flávia Almeida acabou sendo levada por Francisca Ferreira, já que não tinha parentes pra contactar e preferia não incomodar os amigos. Ninguém curte expor a vida pessoal, se estiver bagunçada, na vitrine pra virar motivo de piada ou pena.
“E o Marcelo Lopes?“, perguntou Francisca Ferreira.
“Deve está na empresa.“, Foi o que ele disse.
Francisca Ferreira soltou um xingamento enquanto segurava o volante: “Cachorro! A mulher se acidenta e o cara nem aparece. está juntando grana pra quê? Pra comprar caixão?”
Flávia Almeida tirou sarro: “Talvez seja pra comprar o meu caixão.”
Francisca Ferreira a encarou: “Você ainda tem coragem de brincar? Tinha até carro com defunto atrás de nós!”
“Pois é.”, Flávia baixou os olhos e suspirou baixinho: “quase bati as botas…”
Francisca tava com pressa e deixou Flávia em casa rapidinho.
Chegando em casa, Flávia deu um oi pra babá e subiu pro quarto.
Depois de um banho, o acidente que rolou na rodovia de contorno do norte já era notícia quente. Só que a fofoca girava mais em torno da Antônia Carvalho.
Enquanto os veículos oficiais comentavam a gravidade do acidente, a mídia de fofoca focaval sobre o namorado misterioso da Antônia Carvalho.
A mídia não ousava soltar o nome do Marcelo Lopes, só davam a entender que o cara tinha bala na agulha. Os fãs da Antônia Carvalho se dividiam entre desmentir o romance e encher
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os comentários de preocupação com a saúde dela.
Flávia achou uma comédia. A enfermeira tinha dito que a Antônia só teve uns arranhões. O povo tava fazendo tempestade em copo d’água.
Mas a risada secou quando ela viu no Facebook a Antónia postando um exame de gravidez.
Seis semanas. Batia certinho com o dia que o Marcelo tinha sido flagrado na Moradia Quintas do Lago.
A ficha calu.
Flávia encarou a tela, o coração apertado.
Três anos de casamento e nada valia.
Marcelo Lopes já tava com a Antônia Carvalho antes de casar com ela. A Vovó Lopes não curtia o background da Antônia e forçou a barra pra separar os dois.
Marcelo, de coração partido, escolheu Flávia entre tantas grã–finas pra espetar a família.
A familia Almeida queria se encostar nos Lopes, e ele queria o nome dela. Casamento de conveniência.
Ninguém sabia que o que ela queria era o próprio Marcelo.
No amor, quem se apega primeiro, perde primeiro. A Antônia Carvalho era o espinho no casamento dela.
Flávia tentou ignorar, deixar o espinho encravado lá, achando que la passar. Mas o espinho fincou raízes e despedaçou o casamento dela.
Sua dedicação virou piada.
Quando o Marcelo Lopes chegou, já passava das dez da noite.
A casa tava um silêncio só, só a babá por lá.
“Onde está ela?”
A babá pegou o casaco dele e falou baixo: “A senhora chegou e foi direto pro quarto. Nem saiul pra jantar.”
Marcelo Lopes franziu a testa.
“Vou esquentar um caldo pra levar pra ela.”
“Deixa,“, disse Marcelo Lopes, desinteressado: “Se tiver fome, ela desce.”
A babá não insistiu.
Marcelo Lopes tomou um banho e ficou no escritório por um tempo. Quando deu onze horas, ele olhou o relógio.
Normalmente, Flávia traria o leite nessa hora, mesmo que tivessem brigado, ela mandava a
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babá trazer.
Mas naquela noite, onze horas passaram e o escritório continuava quieto.
Não conseguia se concentrar nos documentos e, depois de um tempo, decidiu ir pro quarto.
Ao empurrar a porta, o quarto estava um breu só, mal dava pra ver a silhueta da pessoal deitada de lado na cama.
No exato momento em que a porta se abriu, Flávia Almeida abriu os olhos. Ela não se mexeu, só sentiu o lado da cama afundar quando Marcelo Lopes se deitou.
Ela virou–se, enfiou a mão por dentro do pijama dele.
Sentiu os músculos dele tensionarem sob sua palma, e a mão dela ficou ainda mais atrevida.
A respiração de Marcelo Lopes ficou pesada, e quando ela foi mais fundo, ele agarrou
sua mão, virou–se por cima dela e a prensou contra o colchão: “O que você está aprontando?”
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