Capítulo 2

O calor sibilava perto do ouvido, trazendo consigo uma temperatura ardente que deixava as pontas das orelhas de Flávia Almeida em chamas. No entanto, seus lábios estavam pálidos pelo hematoma que se espalhava pelo abdômen, causando uma dor lancinante.

Ainda bem que a luz estava apagada, ele não podia ver.

Ela ergueu a cabeça e deu um beijo no pescoço de Marcelo Lopes. Ele respirava de forma desordenada e seus olhos escureceram ainda mais. Ele baixou a cabeça e mordeu o pescoço dela. No segundo seguinte, ouviu–a dizer com uma voz indiferente: “Hoje é meu dia de ovulação, está na hora de entregar o trabalho.”

Marcelo Lopes congelou, o desejo em seus olhos se dissipou instantaneamente e sua expressão se escureceu, sua voz carregada de irritação: “É só nisso que você pensa?”

Flávia Almeida fixou o olhar no teto, o calor em suas orelhas desaparecendo gradualmente: “Sua mãe não para de me apressar, e não é uma coisa que eu possa fazer sozinha, a não ser que você doe seu esperma, e eu faça uma fertilização in vitro.”

Com sarcasmo, Marcelo Lopes retrucou: “É ela que está pressionando ou você está com medo. de perder o seu lugar como Sra. Lopes e quer garantir sua posição com um filho?

Seu coração apertou, mas a expressão de Flávia Almeida não mudou, apenas sorriu levemente: “É, tenho medo de você me deixar e quero ter algo que nos una.”

Marcelo Lopes abotoou a camisa e a olhou com desdém: “Não faça joguinhos comigo, eu não quero ter filhos.”

O sorriso de Flávia Almeida se tornou rígido e quando ele estava saindo, ela o chamou: “Marcelo Lopes, você não quer ter filhos ou é comigo que você não quer ter filhos?”

Ele parou por um momento e respondeu friamente: “Tem alguma diferença?”

A mão de Flávia Almeida se fechou em punho: “Se não tem diferença, qual o sentido do casamento? Vamos nos divorciar!”

“Como quiser!”

Ele deixou essas palavras para trás e saiu batendo a porta.

Flávia Almeida atirou o travesseiro na porta, seus olhos se enchendo de lágrimas.

No dia seguinte, Marcelo Lopes voltou da corrida matinal e sentou–se à mesa do café da manhã para ver seus e–mails.

O café da manhã esfriava e ele não se mexia.

A empregada perguntou: “Senhor, quer que eu esquente de novo?”

Marcelo Lopes olhou para o relógio e franziu a testa: “Chame–a para descer e comer.”

Não demorou muito para a empregada voltar as presses Servor, a series deixou… isto,”

“O que?“, ele perguntou enquanto pegava o papet

A palavra “acordo de divorcia‘, saltava aos olhos.

Ele fotheou o documento com o rosto tenso, e ao ver que os bens seriam divididos igualmente, ele riu tronicamente: Ela é bem audaciosal

Mas ao ter o motivo do divorcio, o riso desapareceu, Estava escrito apenas uma frase i a incapacidade reprodutiva de marido, que impede uma vida conjugal normal, a relação ess encerrada.”

Ele ficou sério e pegou o celular para ligar para Elávia Almeida.

“AID.”

A voz tria da mulher velo do outro lado da linha, soando odiosa.

Ele perguntou entre dentes: “O que isso significa?”

“O que esta escrito“, respondeu Flávia Almeida, indiferente: “Depois que você assinar, me avisa que vamos rasgar a certidão de casamento e cada um segue sua vida.”

Marcelo Lopes sentiu uma vela pulsar na testa: “Eu estou perguntando sobre o motivo do divorcio!”

Ela ficou em silêncio por um momento: “Uma vez a cada três meses, você acha normal? Marcelo Lopes, tem uma coisa que eu queria te dizer faz tempo, quando tiver um tempo, passa no urologista. Sua mãe me enche de chá de ervas todo dia, eu posso beber quanto for, mas se não funciona contigo, de que adianta?”

“Flavia Almeida!”

Ela desligou, sem lhe dar chance de desabafar.

Marcelo Lopes ficou com uma expressão terrível, e a empregada, assustada, mal conseguia respirar. A senhora sempre foi tão dócil e compreensiva, como é que de uma hora para outra resolveu se divorciar? E afinal, o que ela disse para deixar o senhor tão furioso?

Depois de falar, Flávia Almeida sentiu uma onda de alívio tomar conta do seu ser; pela primeira vez, percebeu o quanto tinha se sentido oprimida na casa dos Lopes nos últimos très anos.

Mas essa sensação de liberdade durou pouco. Naquela mesma noite, o gerente do hotel bateu à sua porta, explicando com toda a educação que ela não poderia mais permanecer naquela Suite.

O motivo era que ela estava usando um cartão exclusivo da familia Lopes, e agora que o cartão havia sido bloqueado, ela não tinha mais o direito de usufruir daquela suite luxuosa.

Flávia Almeida ficou sem palavras.

“Claro, a senhora pode continuar hospedada conosco se desejar renovar a sua estadia por conta própria. Será um prazer tê–la aqui. Deseja renovar, senhora?“, disse o gerente. lembrando que, nos negócios, não se deve recusar dinheiro.

Flávia Almeida apertou os lábios, convencida de que aquilo era uma vingança premeditada de Marcelo Lopes.

Desligar o telefone pela manhã e bloquear seu cartão à noite, uma mesquinharia tipica de quem não deixa passar uma. Como pode ter sido tão cega a ponto de se apaixonar por alguém assim?

“Vamos renovar“, ela disse secamente.

“Por quanto tempo deseja renovar?”

“Por um mês.”

“Certo, o total fica em cento e dezesseis mil e seiscentos reais. Se não ficar os trinta dias completos, cobraremos uma taxa de cancelamento de trinta por cento sobre os dias não utilizados, e o valor restante será reembolsado na sua conta ao fazer o check–out. Agora, por favor, desça até a recepção para efetuar o pagamento. Agradeço a sua cooperação.”

Flávia Almeida permaneceu silenciosa.

Ela passou a mão pelos cabelos e um sorriso formou–se em seus lábios: “Desculpe, pode me fazer aquela primeira pergunta novamente?”

O gerente ficou momentaneamente atordoado com o sorriso dela.

Quando Flávia não sorria, parecia distante e fria, mas o seu sorriso poderia ser descrito como encantadoramente irresistível.

Uma beleza de tirar o fôlego.

O gerente se recuperou do transe e, após alguns segundos, perguntou cautelosamente: “Senhora, gostaria de renovar a estadia?”

O sorriso de Flávia se desfez ligeiramente: “Obrigada, mas não será necessário. Eu gostaria de fazer o check–out.”

O gerente ficou sem reação.

Ela poderia ter escolhido uma suite mais barata; pagar algumas dezenas de milhares de reais. por um mês não seria impossível. Mas, pensando bem, melhor deixar para lá.

Se Marcelo Lopes tinha bloqueado seu cartão do hotel, era bem provável que também tivesse bloqueado seus cartões de crédito.

A divisão igualitária dos bens havia sido apenas uma provocação da sua parte; ela não havia contribuido financeiramente para a aquisição de nenhum carro ou casa antes do casamento, então não havia como reivindicar nada. E quanto aos bens adquiridos após o casamento… ela nem sabia quanto Marcelo possuía, mas sabia que uma divisão igual era impensável.

12:43

Capitulo 2

Se ele considerasse o trabalho árduo dela nos últimos três anos e lhe desse alguns milhões,

seria ótimo. Caso contrário, não seria surpresa se ele a mandasse embora sem nada. Ela precisava planejar seu futuro..

Afinal, é dificil passar da opulência para a simplicidade.

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